Como minimizar os impactos da alta do dólar na sua operação?

Empresas que trabalham com importação e exportação lidam diariamente com um obstáculo financeiro constante: a alta do dólar. Não raramente essa flutuação cambial causa uma dissonância entre moedas bastante significativa, encarecendo sobretudo operações de comércio exterior.

Diante deste cenário, é necessário adotar estratégias inteligentes para mitigar o impacto do dólar alto e aliviar seu orçamento. De toda forma, é necessário sempre contar com uma reserva de recursos dedicada especialmente a conter tais imprevistos. Tenha em mente que quanto maior a reserva, mais tranquila estará sua situação financeira.

Neste artigo, daremos algumas dicas práticas de como se proteger contra a alta do dólar e, por fim, economizar capital para garantir a tranquilidade da gestão financeira. Leia o artigo!

4 dicas para minimizar os impactos da alta do dólar

1 – Faça um hedge cambial

Quando o mercado apresenta muita inconsistência de câmbio – e fica muito difícil prever se a moeda irá enfraquecer ou se fortalecer – investidores e empresários tendem a ficar mais receosos no fechamento de acordos.

Antes de mais nada, para driblar esse obstáculo e evitar um mau negócio, é recomendável adotar uma estratégia chamada hedge cambial. Ela consiste em fixar a cotação do câmbio no dia que do fechamnto do acordo e adotá-lo como referência na quitação do contrato.

Esse movimento garante previsibilidade para suas operações e protege ambas as partes de possíveis desvalorizações cambiais. Os tipos de hedge cambial mais comuns são: 

• Contratos a Termo: Fixa uma determinada taxa de câmbio para uma data futura;
• Opções Cambiais: Opção semelhante ao Contrato a Termo, porém com mais flexibilidade, permitindo a utilização da taxa fixada como referência ou não;
• Contratos Futuros Cambiais: Opção semelhante ao Contrato a Termo, porém negociado em Bolsas de Valores, oferecendo liquidez adicional;
• Fluxo de Caixa Internacional: Prática muito comum em empresas que negociam no exterior com frequência. A companhia cria um caixa internacional mantido em um país cuja moeda corrente seja o dólar, e utiliza os recursos desta conta para quitar pendências, pagar serviços e adquirir produtos e insumos internacionais.

2 – Diversificação de moedas para minimizar a alta do dólar

Esta estratégia exige um bom planejamento para funcionar de forma efetiva. Ainda assim, é extremamente eficiente na proposta de criar alternativas perante a alta do dólar. 

Trata de diversificar as moedas com as quais sua empresa negocia. Com isso, a empresa adquire mais de uma frente de negociação a fim de escolher em qual plataforma negociar quando uma das moedas estiver inflacionada. Multinacionais costumam adotar essa estratégia como base para suas negociações e, por este motivo, conseguem fechar acordos positivos para seu fluxo de caixa.

O ideal é que, além do real e do dólar, haja uma terceira e até mesmo quarta moeda viável para negociar com seus fornecedores e clientes. Também recomendamos que a companhia opte por moedas mais estáveis, que não sofram tanto com variações cambiais, mas sejam aceitas por boa parte do mercado. Alguns exemplos são o iene, o franco suíço e o euro.

Apesar das grandes empresas estarem acostumadas a negociar nas principais moedas do mundo, é sempre importante se certificar desses detalhes com seus parceiros comerciais e clientes.

3 – Faça um swap cambial

Outra estratégia segura para escapar do dólar alto e se proteger da alta variação cambial é fazendo um swap cambial. A princípio, este movimento parece semelhante ao hedge cambial, contudo ele possui suas diferenças. A principal delas? Deve ser feito diretamente com o Banco Central.

Ele funciona quando a empresa possui ativos financeiros indexados à variação do dólar comercial e deseja trocar esse indexador por uma taxa prefixada – sem se desfazer do ativo. Então, a companhia promove uma troca de taxas com o BC, que se chama swap.

No swap, o Banco Central se compromete a pagar ao detentor do contrato a variação do dólar mais uma taxa de juros – chamada de cupom cambial. Em troca, ele receberá a variação da Selic acumulada no mesmo período.

Desta maneira, a empresa protege sua venda caso o dólar aumente radicalmente. Mesmo que seja necessário compensar o comprador de acordo com a Selic, sairá muito mais barato quitar a pendência em reais do que em dólares.

4 – Invista em países com economia mais estável

Ao procurar fornecedores que trabalhem com materiais de exportação ou deseje investir em outros mercados, o mais recomendável é procurar parceiros comerciais em países nos quais a economia parece mais estável.

Isto porque a tendência é que o dólar inflacionado tenha seus efeitos reduzidos, ou ao menos mais controlados, em países de economia estável. Desta maneira, empresas que atuam no mercado local possuem mais segurança de operação e não sentem tanto os efeitos negativos da alta do dólar – ainda que seja inevitável enfrentar custos mais altos do que o normal.

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