
Entenda tudo sobre Recuperação Judicial
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O ano de 2023 começou agitado no mundo empresarial. E o principal motivo disso é a repercussão que o termo Recuperação Judicial ganhou nas últimas semanas. E, tenho que admitir, quando vemos uma das gigantes do varejo descobrir um rombo financeiro de R$40 bilhões e entrar com um pedido de RJ, temos que acender um alerta, de fato.
Contudo, mais do que despertar o medo, casos como este devem estimular nossa sede de aprendizado. Afinal, estamos em meio a uma chance de nos preparar para cenários adversos e, mais do que isso, extrair oportunidades de melhorias a partir de tais aprendizados.
Sei que, no Brasil, muitas organizações se encontram em situação de crise e procuram meios de solucionar esse problema. O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostrou que 6,3 milhões de negócios estavam inadimplentes, até setembro de 2022. Tendo em vista esse cenário, trouxe algumas lições que podemos extrair de tudo isso.
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3 aprendizados que podemos extrair do caso Americanas
1º) Acima de tudo, mapeie riscos
Os fatores externos – aqueles que, como decisor, não temos como controlar – são os mais prejudiciais para a performance da organização. Ainda assim, acredito que uma das maiores deficiências dos planejamentos estratégicos hoje é, exatamente, o mapeamento desses riscos e ameaças.
O que muitos não se dão conta, no entanto, é que a capacidade de um negócio driblar obstáculos – ou não – reflete diretamente em seus objetivos e resultados. Isso porque, uma operação que é facilmente abalável tende a desviar tempo e recursos, que seriam dedicados à jornada principal, para ‘estancar o sangramento’. E sabemos o quanto uma crise pode ser custosa, não é mesmo?
Por isso, o melhor a fazer é desenvolver o hábito de mapear os fatores internos e externos que podem impactar negativamente a organização. Tenha em mente, no entanto, que não é só o setor financeiro que sofre com crises. Existem três tipos de riscos que deve levar em consideração. São eles: risco econômico, risco operacional e risco legal. Compreendido este conceito, já é possível mapear eventos que colocam a saúde financeira e longevidade da companhia em cheque.
2º) Estabeleça um equilíbrio entre o aumento de faturamento e expansão da operação!
É um movimento natural de uma empresa aumentar sua operação, na medida em que seu faturamento cresce. No caso de algumas, por exemplo, vimos essa evolução acontecer exponencialmente. Isso significa que, quase do dia para a noite, as marcas aumentaram significativamente sua estrutura operacional e capital humano. No ecossistema de startups, isso também foi impulsionado graças aos aportes milionários feitos por investidores.
Em um primeiro momento isso pode parecer bom – e, de fato, é. Contudo, se não houver um planejamento estratégico muito bem feito para tal crescimento, as consequências podem ser desastrosas. Por isso, o crescimento sustentável é um dos conceitos mais importantes da gestão empresarial, atualmente. Faço questão de disseminar essa ideia para todos.
Ter uma gestão baseada em dados é o primeiro passo para que o crescimento da organização seja feito de forma responsável. A performance de uma companhia não é medida apenas por sua capacidade de atrair capital. Existem outros indicadores que ajudam um líder a enxergar as forças e fraquezas do ecossistema. Nesse aspecto, a análise de dados contribui – e muito! – para a gestão eficiente de recursos. Afinal, esses índices mostram exatamente o que melhorar.
Em determinadas situações aumentar a operação não é a única solução para evoluir os indicadores de sucesso. Existem outras providências que podem ser tomadas para melhorar a performance do negócio. Uma mudança em uma etapa do processo operacional, ou o corte de algum custo desnecessário podem ser suficientes para enxergar resultados.
Com isso, é fundamental compreender que a empresa precisa se preparar para um crescimento. É preciso preparar as pessoas, preparar a infraestrutura, aprimorar tecnologias antes de trazer ainda mais estrutura e mão de obra para a frente de trabalho. Em pleno século XXI, onde já passamos por recessões econômicas e pandemias, não dá mais para negligenciar o planejamento.
3º) Transparência nas informações!
A principal lição aqui é: faça a coisa certa. O Brasil é um dos países com o sistema tributário mais complexo do mundo. Isso quer dizer que há margem para diferentes interpretações. Nesse aspecto, muitas empresas ainda acreditam que encontrar brechas na legislação para pagar menos tributos, ou esconder informações em balancetes são soluções eficientes para reduzir custos e aumentar lucros. E, em um primeiro momento, até parece ser.
Contudo, a longo prazo, essa iniciativa pode ser extremamente prejudicial para a longevidade do negócio. Em meus anos de experiência com gestão empresarial e turnaround, já vi muitos negócios sofrerem com crises financeiras gravíssimas por questões relacionadas a sonegação de impostos. Isso porque as penalidades aplicadas para esse tipo de situação são retroativas e extremamente severas.
No caso Americanas mesmo, o estopim para a crise atual foi a descoberta de que R$20 bilhões não tinham sido registrados nos balanços corporativos de forma correta, causando grandes inconsistências contábeis.
O principal aprendizado que podemos extrair desta situação é: mais importante do que o tamanho do negócio é a sua relação com a gestão empresarial. Afinal, é ela quem irá compreender seus objetivos e ditar se o aumento exponencial é, ou não, uma alternativa para alcançá-lo. Com um mercado tão vasto como o que temos hoje, não dá mais para crescer de forma desenfreada e sem planejamento. Do contrário, perecer se torna questão de tempo.
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