Crescimento sustentável: o que aprendemos com a crise nas startups

Se você acompanha o conteúdo da Nordex, já deve ter visto, mais do que uma vez, o termo Crescimento Sustentável. E não à toa. Este é um conceito importantíssimo para nós. Ele direciona todos os planejamentos estratégicos conduzidos com nossos clientes. Isso porque, em nossa visão, mais do que obter recursos, uma companhia precisa equilibrar a expansão das operações com a longevidade do seu negócio. Do contrário, ela não cumprirá seu papel.

O motivo pelo qual vou abordar este tema hoje é simples. As oscilações econômicas afetaram o mercado consideravelmente, impactando até mesmo as startups e empresas em early stage – que, anteriormente, pensávamos estar imunes a tais movimentos. É fato que episódios como este acendem um sinal de alerta.

Se considerarmos ainda a última categoria de empresas que citei acima, ainda há muito mais a considerar. Afinal, 2022 tem sido um ano, particularmente, desafiador para elas. Uma vez que, com a aceleração da inflação e aumento da taxa de juros, os aportes e investimentos foram consideravelmente reduzidos. Logo, as promessas de crescimento acelerado tiveram que dar espaço para planos mais moderados.

Dito isso, uma coisa é fato: sim, é possível obter crescimento sustentável mesmo em tempos de crise. E o melhor caminho para driblar os obstáculos e alcançar objetivos é aprender com as movimentações do mercado. Vamos embarcar nessa juntos?

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Cenário das startups

Se hoje estamos debatendo sobre a crise que atingiu o mercado das startups, em 2021, o cenário era totalmente diferente. Segundo um estudo realizado pela startup Movile, e publicado no portal da revista Época Negócios, 919 investidores aportaram capital em negócios da América Latina, no período. Decerto, uma marca significativamente maior se considerarmos os 367 investidores, em 2017.

Até então, o aumento no número de aportes, além de despertar o otimismo no mercado, também permitiu que os negócios que receberam o capital aumentassem sua operação, conquistassem uma fatia maior do market share e, consequentemente, contratassem mais. 

Isso foi possível pois, muitos deles, oferecem releituras de produtos ou serviços tradicionais – o Nubank é um ótimo exemplo. Os investimentos possibilitaram que tais serviços pudessem ser ofertados por um valor mais baixo do que o normal ou, até mesmo, gratuitamente.

Diante de um mercado tão promissor, parecia que nada poderia abalar as startups, certo? A economia brasileira pouco promissora com a qual investidores anjos e fundos de venture capital se depararam – juros altos, alta da inflação, pandemia e impactos da guerra da Ucrânia – não só resultou na freada brusca de investimentos de risco, como ainda passou a favorecer a renda fixa.

Para conter os efeitos da desaceleração, muitos negócios embasados em tecnologia tiveram que adotar medidas drásticas. Demissões em massa, aumento do preço de produtos/serviços e transformação do modelo de negócios foram algumas das iniciativas mais registradas.

E o que isso nos diz sobre Crescimento Sustentável?

Como eu disse anteriormente: situações como a que estamos vivendo acende um alerta para todo o mercado. Isso porque, uma hora ou outra, as adversidades respingam nos demais players. Cabe aos gestores e tomadores de decisão estarem preparados para os momentos mais desafiadores.

No caso das startups brasileiras há muito o que aprender. E a chave para esse aprendizado está no conceito de Crescimento Sustentável. Afinal, uma companhia não é bem sucedida apenas por sua capacidade de atrair capital. E, sim, na forma como ela o utiliza.

Acima de tudo, uma empresa deve gerir seus recursos eficientemente. Isso significa investir em seu desenvolvimento e crescimento de forma controlada, ao passo em que mitiga riscos. Esses esforços contribuem para a longevidade do negócio e para que, sobretudo, atenda as necessidades dos indivíduos que compõem o seu ecossistema.

Um negócio que cresce vertiginosamente de um dia para o outro pode até parecer vitorioso. Contudo, se não há um trabalho paralelo de controle de recursos e gestão competente do caixa, a instituição pode afundar na mesma proporção de seu crescimento.

Por isso, acredito na Gestão Empresarial e trago essa pauta para debate, constantemente. Afinal, por meio da sistematização de processos, é possível mapear tarefas, definir indicadores e estabelecer metas que contribuem para o crescimento sustentável do negócio. Os recentes acontecimentos apenas reforçam algo que falo sempre: Já passou da hora de implementarmos a cultura da gestão sistematizada no ambiente corporativo.

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